Trabalho
Hume considerou que a inferência e as analogias que fazemos em relação aos efeitos de causas semelhantes não podem ser baseadas em nenhuma espécie de raciocínio formal, já que a experiência seria a fonte de tudo o que temos na mente. Sendo assim, as relações de idéias seriam baseadas em conceitos criados pelo homem, e todas as teorias gerais a respeito de objetos ou fatos da realidade seriam apenas probabilidades. Hume considerou que, por causa dessa noção de causalidade que possuímos, costumamos afirmar mais do que vemos, ultrapassando a experiência imediata. Em nome desse princípio de causalidade, assumimos que as mesmas causas produzem os mesmos efeitos. Por exemplo: eu coloco num congelador certa quantidade de água, e afirmo que a água que coloquei, ao atingir certa temperatura negativa, se transformará em gelo. Ao prever essa transformação eu estaria, segundo Hume, tirando "de um objeto uma conclusão que o ultrapassa". Não há como eu retirar da água, como objeto, a conclusão de que ela se transformará em gelo. Essa minha dedução vêm de minhas experiências passadas; ora, se em todas as ocasiões nas quais eu coloquei água a uma temperatura negativa ela se transformou em gelo, a probabilidade de ela se transformar em gelo novamente nessa situação causal é muito grande. Portanto, afirmo que ela vai certamente se transformar em gelo, desconsiderando em minha afirmativa as possibilidades de algo imprevisto ocorrer e minha previsão se mostrar falha. Esse é o raciocínio experimental usual, pelo qual se conclui o futuro a partir do presente, baseado apenas em probabilidades (já que não temos mais nada além de probabilidades para definirmos uma situação futura a partir de sua causa presente). Nenhum argumento nos leva a inferir de qualidades sensíveis semelhantes efeitos semelhantes, mas sim o hábito e a experiência. Como fonte de tudo que há em nosso pensamento, são esses "grandes guias de tudo o que