trabalho
Mais-valia basicamente é o termo utilizado para justificar a disparidade entre o valor do trabalho produzido e o salário pago ao funcionário.
No livro: “Gênese e estrutura de O capital de Karl Marx”, o autor Rosdolsky utiliza uma citação que resume o conceito de mais valia; “ [o único valor que realmente se cria no processo de produção é o valor acrescentado pela nova quantidade de trabalho. Este valor se divide em trabalho necessário, que reproduz o salário (...), e em mais-trabalho, que excede o trabalho necessário e cria a mais-valia]”1
Para Adam Smith, o valor do trabalho agregado ao produto é menor que o valor que a mercadoria poderia ser vendida. David Ricardo afirmava que a questão salarial está ligada às necessidades fisiológicas, isso quer dizer que o valor pago gira em torno das condições mínimas de sobrevivência, ou seja, o ordenado cobre somente o essencial (alimentos, roupas).
“Se todo o trabalho de um país”, escrevia um autor inglês em 1821, “garantisse apenas o sustento da população, não haveria mais-trabalho, e consequentemente nada que se pudesse acumular como capital2. Nesse sentido, “pode-se dizer que a mais-valia etc. se baseia em uma lei natural, na produtividade do trabalho humano em seu intercâmbio com a natureza”.3
A teoria marxista da mais-valia também pode ser compreendida da seguinte forma: suponhamos que um funcionário leve 2 horas para fabricar uma peça de roupa. Nesse período ele produz o suficiente para pagar todo o seu trabalho. Mas, ele permanece mais tempo na fábrica, produzindo mais de uma peça de roupa e recebendo o equivalente à confecção de apenas uma. Em uma jornada de 8 horas, por exemplo, são produzidos 4 peças de roupa. O custo de cada peça continua o mesmo, assim também como o salário do proletário. Com isso, conclui-se que ele trabalha 6 horas de graça, reduzindo o custo do produto e aumentando os lucros do patrão. Esse valor a mais (mais-valia) é apropriado