trabalho
Como é a linguagem literária da modernidade?
A linguagem de hoje procura usar palavras simples e objetivas, de forma que até as pessoas menos estudadas compreendam o conteúdo. Pois antigamente só tinham contatos com os livros com facilidade pessoas de classe alta; hoje em dia a linguagem está mais livre e “solta”.
A linguagem da modernidade tanto na estética quanto na vida social apresenta inovação dos conteúdos, que encontra correspondência também nesta linguagem.
Além das inovações técnicas, a linguagem torna-se coloquial e espontânea, mesclando expressões da língua culta com os termos populares, uma mistura de estilos do elevado ao o vulgar.
Os autores procuram se expressar de modo claro e objetivo, fazendo a linguagem escrita aproximar-se da falada, e, geralmente, desejam denunciar a realidade como ela é, nua e crua. Assim, liberto da escrita nobre o artista volta a escrever com palavras simples e que inclusive admite erros gramaticais. Conforme Oswald de Andrade preconiza no Manifesto da Poesia Pau Brasil, de 1824:
A língua sem arcaísmos. Sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros.
Ele próprio ironiza esta questão em Vício na fala:
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.
Sumario
Fernando Pessoa
Não digas nada! Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender -
Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada
Deixa esquecer Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz
Não digas nada
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Explicação .
O poema retrata a compreensão de não se dizer nada a respeito, porem tudo entender.
Sobre não digas nada do modo que apenas observe. É um