trabalho
Na instalação audiovisual, as imagens obtidas a partir da atividade cerebral de voluntários são projetadas em uma tela de cinema, acompanhadas de sons de instrumentos musicais.
Chegou o tempo em que não é mais preciso pegar em um pincel ou mover um dedo sequer para fazer arte. Obras feitas com força do pensamento já são realidade e atingiram seu ponto alto no esforço criativo de um neurocientista e um cineasta brasileiros.
O neurocientista é Álvaro Machado Dias, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e o cineasta é Fernando Meirelles, diretor de sucessos internacionais como Cidade de Deus e Ensaio sobre a cegueira. Juntos, com o apoio de outros cientistas e artistas, os dois criaram uma instalação de arte audiovisual na qual é o próprio público quem cria a obra, usando apenas o cérebro.
Batizada de ‘Videowave’, a instalação tem por base três capacetes de eletroencefalografia, aparelho que capta sinais cerebrais. Conectados a um computador, a uma tela de cinema e a caixas de som, eles fazem a obra acontecer quando vestidos por pessoas determinadas a participar do processo criativo.
Os capacetes captam a atividade cerebral dos voluntários e transmitem a informação para o computador. Um software especialmente criado para a instalação detecta os sinais cerebrais intencionais e, de acordo com a sua intensidade, projeta imagens na tela acompanhadas de sons de instrumentos musicais usados na canção ‘Pré-sal’, de Nando Reis. Quanto maior a atividade cerebral, mais imagens e sons são exibidos.
Cada voluntário-artista controla um elemento gráfico e um instrumento. Conforme se apoderam do processo, o caminho natural é intensificar a atividade cerebral e, por consequência, preencher a tela toda com imagens e atingir o volume máximo da música. Quando isso acontece, a obra fica completa e acordes de guitarra da música ‘Pré-sal’ marcam o momento derradeiro.
cienciahoje.uol.com.br
09-10-2013