Trabalho
Umberto Eco (1989) no livro The Open Work defende o papel ativo do leitor na interpretação dos textos dotados de valor estético. Entretanto, posteriormente, no livro Interpretação e superinterpetação (1993/1997), afirma que os leitores acabaram exagerando nos seus direitos de interpretar. Eco vai discorrer sobre esse excesso que ocasiona, na maioria dos casos, interpretações ruins. Para ele, há limites para a interpretação.
Nesse sentido, aduz que entre a intenção do autor (intentio auctoris) e a intenção do leitor (intentio lectoris) existe a intenção da obra (intentio operis). Por conseguinte, um texto, um documento histórico, uma obra, um acontecimento, tem uma "natureza" e caberia ao intérprete descobrir a "verdade".
Por outro lado, Richard Rorty (1997) insiste na idéia de que devemos abandonar esta obsessão e compreendermos que os textos nos são úteis no sentido de modificarmos a nós mesmos e a partir daí o mundo. Rorty, como um pragmatista, anti-estruturalista e anti-hermetista, vai dizer que tudo o que alguém pode fazer com alguma coisa é usá-la. A busca de um sentido profundo nas obras é um desperdício de tempo. De fato, não fazemos nem descobrimos, mas reagimos a estímulos emitindo frases, pensamentos, metáforas, e inferimos outras frases destas. O nosso vocabulário é sempre final-provisório em virtude de não haver limites para as interpretações.
Rorty não está à procura das coisas como elas realmente são ou foram, mas como argumentações contínuas, em que diversos