trabalho
Os castelos do café
Recente levantamento sobre as fazendas históricas do Estado de São Paulo mostra a necessidade urgente de se investir no turismo rural como forma de preservar esse patrimônio ironicamente pouco valorizado pelos próprios paulistas
“E
sta propriedade era uma gleba, que foi comprada no dia 30 de maio de 1756 pelo meu sétimo avô, filho do Manuel Pacheco Gato, que por sua vez era um primo do Manuel de Borba
Gato. Todos eles eram bandeirantes”, diz o agrônomo João Pacheco Neto, 48 anos.
Na sede dessa propriedade – uma casa bandeirista imensa e bem conservada, com paredes de taipa de um braço de espessura –,
João Pacheco nasceu, cresceu e vive hoje com a mãe, a esposa e dois enteados, na periferia urbana de Itu, a cerca de uma
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hora de carro da capital, onde ele recebeu a reportagem de Unesp Ciência numa manhã nublada e quente de novembro.
Nas mãos da família Pacheco há 256 anos e tombada pelo Iphan (Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 1980, a Chácara do Rosário tem hoje 240 hectares, mas já foi três vezes maior. “Fomos engolidos pela cidade”, diz o herdeiro. O mesmo ocorreu a 120 km de distância dali, na Fazenda Quilombo, aberta em 1892 no que hoje é a periferia de Limeira, perto de Campinas (SP).
Cristiano Burmester
Luciana Christante
Esta casa em estilo bandeirista é a sede da Chácara do
Rosário, localizada na periferia urbana de Itu
dezembro de 2012 .:. unespciência
Cristiano Burmester/ Haroldo Palo Jr. – Centro de Memória da Unicamp
turismo
TURISMO PEDAGÓGICO
Família Araújo Ribeiro vive na Fazenda Quilombo, em Limeira, fundada em 1892. Cria cavalos, gado e café, e recebe visitas agendadas de grupos, principalmente estudantes
Próxima da zona urbana e vizinha de canaviais e laranjais, a Fazenda Quilombo ocupa 250 hectares e seu primeiro dono foi Ezequiel de Paula Ramos (1842-1905), que veio de Bananal,