Trabalho
A Polícia Federal de São Paulo ouviu nesta terça-feira (31) o depoimento de três jornalistas da revista "Veja". Marcelo Carneiro, Camila Pereira e Júlia Dualibi foram, nas palavras da assessoria da PF, intimados para "instruir o inquérito" sobre o vazamento de informações no caso do dossiê. A instrução foi conduzida pelo delegado Moysés Eduardo Ferreira.
A procuradora Elizabeth Mitiko Kobayashi, do Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP), acompanhou o depoimento. Ela integra o Grupo de Controle Externo das Atividades da Polícia Federal no estado. De acordo com a assessoria do MPF-SP, a instrução é parte de um inquérito sobre uma suposta "operação abafa" no caso do dossiê.
Segundo reportagem de capa da revista no dia 18 de outubro, o governo promoveu uma "operação abafa" para livrar Freud Godoy, ex-assessor e ex-segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do escândalo. A operação consistiria no acerto de uma versão comum entre Freud Godoy e o advogado Gedimar Passos, preso em São Paulo durante a negociação do dossiê para prejudicar políticos tucanos. O encontro entre os dois teria ocorrido no prédio da PF em São Paulo.
Choque de versões
No início da noite, a Polícia Federal e a Editora Abril divulgaram notas absolutamente opostas sobre o caso.
A PF diz que os jornalistas foram ouvidos na condição de testemunhas. A Abril diz que eles foram ouvidos como suspeitos.
A PF informa que o objeto do depoimento foi o conteúdo da reportagem sobre a "operação abafa". A Abril informa que o objeto real era a revista como um todo.
A PF cita que os jornalistas não manifestaram contrariedade durante o depoimento. A Abril cita pelo menos duas ocasiões em que essa contrariedade teria sido manifestada.
Repercussão em Brasília
A notícia sobre a intimação dos jornalistas pela PF de São Paulo chegou ao plenário do Senado em Brasília. O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) acusou a PF de