Trabalho e sociabilidade
Guerreiro Menino- Gonzaguinha
ANDRÉ GORZ: ADEUS AO PROLETARIADO E A UTOPIA DE UMA SOCIEDADE DO TEMPO LIVRE (José Henrique Carvalho Organista)
A produção gorziana até a década de 1970 estava baseada na dupla suposição:
1- a sociedade podendo ser vista através do modelo da fábrica
2- a classe operária sendo o único sujeito da transformação social revolucionária.
Após anos 70 o autor da uma guinada em relação a estas suposições, tendo como pressupostos:
1- a crise do capitalismo nos países desenvolvidos
2- e a substituição crescente e contínua da velha classe operária por uma nova classe que ele denomina de uma não-classe-de-não-trabalhadores (pessoas que foram expulsas do mercado formal assalariado, desempregados, trabalhadores em tempo parcial e temporários, pelo incremento do processo de automação e informatização).
Emprego passa a ser visto como atividade provisória, acidental e contingente.
A relação negativa entre demanda e oferta de mão-de-obra no emprego formal e a concentração e diminuição de renda das ultimas décadas fez com que a atividade de camelô seja permanente, porém isso não faz com que se torna um emprego.
Para Gorz o trabalho não é uma atividade principal, pois ele perde sua força de integração social e passa, doravante, a se constituir como um importante fator de desintegração social, enfim, como um problema social.
Na revolução microeletrônica Gorz vislumbra uma dualização do mercado de trabalho que passa a conviver com um centro privilegiado de trabalhadores em tempo integral e uma periferia constituída, cada vez mais, por trabalhadores parciais, domésticos e até mesmo desempregados.
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