trabalho e aventura
Pioneiros da conquista do tropico para a civilização, tiveram os portugueses, nessa proeza, sua maior missão histórica...
Nenhum outro povo do Velho Mundo achou-se tão bem armado para se aventurar à exploração regular e intensa das terras próximas á linha equinocial...
Se o julgarmos conforme os critérios morais e políticos hoje dominantes, nele encontraremos muitas falhas...
Mas de abordar esse tema, é preferível encarar certo aspecto, que parece singularmente instrutivo, das determinastes psicologias do movimento de expansão colonial portuguesa pelas terras de nossa América.
Nas formas de vida coletiva podem assinalar-se dois princípios que se combatem e regulam diversamente as atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aventureiro e do trabalhador...
O que o português vinha buscar era, sem duvida, a riqueza, mas riqueza que custa ousadia, não riqueza de que custa trabalho...
Não foi, por conseguinte, uma civilização tipicamente agrícola oque instauraram os portugueses no Brasil com a lavoura açucareira. Não foi, em primeiro lugar, porque a tanto não conduzia o gênio aventureiro que os trouxe à América; em seguida, por causa da escassez da população do reino, que permitisse emigração em larga escala de trabalhadores rurais, e finalmente pela circunstância de atividade agrícola não ocupar então, e Portugal, posição de primeira grandeza...
Compreende-se, assim, que já fosse exíguo o sentimento de distância entre os dominadores, aqui, e a massa trabalhadora construída de homens de cor. O escravo das plantações e das minas não era um simples manancial de energia, um carvão humano à espera de que a época industrial o substituísse pelo combustível...
Uma das consequências da escravidão e da hipertrofia da lavoura latifundiária na estrutura de nossa economia colonial foi a ausência, praticamente, de qualquer esforço serio de cooperação nas demais atividades produtoras, ao oposto do que