trabalho sociologia
Por Beatriz Camargo | Categoria(s): Notícias
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Em uma pequena cidade no interior nordestino, uma menina de 12 anos é vendida pelos pais e forçada a trabalhar como prostituta. Esse é o ponto de partida de "Anjos do Sol", primeiro longa-metragem do cineasta brasileiro Rudi Lagemman, que estreou nesta sexta-feira (18) em circuito nacional. O filme leva para as telas do cinema um tema pouco discutido no Brasil: a exploração sexual de crianças e adolescentes.
Mais de 100 mil meninas são vítimas de exploração sexual no país, apontam os dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Já a Organização das Nações Unidas calcula que tráfico de seres humanos para exploração sexual movimenta cerca de 9 bilhões de dólares no mundo, e só perde em rentabilidade para o mercado ilegal de drogas e armas.
O diretor e roteirista Lagemman conta que optou por fazer um roteiro de ficção, e não um documentário, porque queria "dar uma cara" às vítimas desse crime. "Eu não queria fazer um filme cruel e duro porque a realidade é cruel, mas também para não afugentar as pessoas. Queria fazer uma história 'atraente' para as pessoas terem acesso às informações".
Maria, a personagem principal de "Anjos do Sol", é uma compilação das histórias de vida de muitas outras garotas já retratadas em reportagens de jornais e revistas. Lagemman pesquisou o tema por nove anos até chegar ao roteiro final. "Vi uma notícia no interior de Pernambuco de uma menina que tinha o apelido de R$ 0,50, que era o preço que ela cobrava por programa. Pensei: 'o que seria contar a história dessa menina?'". A investigação também ajudou o diretor a ampliar sua visão sobre o assunto: "Eu pensava, como a maioria dos brasileiros, que a exploração sexual se concentrava no litoral e estava