Trabalho sobre o filme O Mundo Global visto do lado de cá e o texto A totalidade do diabo.
O capitalismo precisa do crescimento contínuo da produção e, portanto, do consumo, para se sustentar a si mesmo. Os benefícios daí colhidos sob a forma de tecnologia e melhoria das condições de vida são óbvios e palpáveis no Ocidente rico.
A alienação do produto do trabalho conduz à alienação do homem. As relações interpessoais em geral passam a ser medidas pelas mercadorias e pelo dinheiro, até os próprios proletários adquirem caráter de mercadoria, pelo fato de sua força de trabalho ser comercializada no mercado. O trabalhador torna-se um ser privado de sua essência humana.
Entretanto, ao contrário de uma visão fatalista da história, em que essa situação se repetiria ininterruptamente, Marx faz uso do materialismo dialético para demonstrar como se daria a ruptura da ordem capitalista. O trabalhador, mesmo vivendo individualmente essa dominação, enquanto integrante de uma classe social, poderia tomar consciência dessa situação de opressão. A partir daí, se mobilizaria enquanto classe para promover a sua verdadeira libertação, através de uma revolução. Portanto, era da própria situação de exploração que nasceria a força de classe operária.
Para além da alienação econômica, há também a alienação religiosa. Influenciado por Feuerbach, Marx afirma que é preciso destruir a religião para que o homem se recupere a si próprio, pois o único Deus do homem é o próprio homem. A alienação religiosa faz com que o ser humano deixe de lutar pela melhoria da sua condição social, acreditando estar em deus a justificativa para a desigualdade do mundo capitalista. Assim sendo, é Deus quem decide quem é pobre ou rico, esvaziando de sentido a luta contra a desigualdade.