trabalho sobre sociologia
Kínesis, Vol. II, n° 03, Abril-2010, p. 72 – 88 73
Contrariamente a essa posição que podemos chamar de positiva, existe outra, de cunho negativo, que afirma a extinção do trabalho em virtude das diversas transformações na sociedade contemporânea, por meio das quais ele deixa de ser, em termos práticos, uma atividade central e, em termos teóricos, uma categoria analítica de compreensão das relações sociais, principalmente após as grandes revoluções tecnológicas, na qual as máquinas informatizadas, a microeletrônica, substituíram a mão-de-obra viva. Para os defensores desta segunda linha de pensamento, em Marx já se vislumbra uma total negação do trabalho.1 Todavia, o que os teóricos de ambas as orientações esquecem é que existe, no pensamento de Marx, uma dialeticidade entre o elemento criador do trabalho e o seu aspecto estranhado, este expresso nas relações modernas de produção. O trabalho possui um momento universal, antropológico, o momento da objetivação e auto-criação humana e um momento particular, histórico, o trabalho assalariado, produtor de mercadorias, a atividade capitalista.2