Trabalho Piezoeletricidade
A Unesp de Araraquara estuda desenvolvimento de tecnologia 100% nacional para produção de energia isenta de impactos ambientais, a partir do movimento do solo.
Dentre as muitas possibilidades de geração de energia, uma delas, descoberta há mais de um século, destaca-se por ser totalmente limpa e isenta de resíduos: a piezoeletricidade, que capta as vibrações do solo, provocadas pelo movimento, e as transforma em eletricidade.
Descoberta pelos irmãos Pierre e Jacques Currie, na França, há exatos 130 anos, a piezoeletricidade é usada em aplicações comerciais, como sensores acústicos, isqueiros, câmeras fotográficas, microscópios e relógios de quartzo.
A pesquisadora Maria Aparecida Zaghete, do Instituto de Química da Unesp de Araraquara, explica que “a piezoeletricidade consiste no contato ou na fricção entre duas superfícies. Esse atrito gera uma vibração, que é transformada em eletricidade ou energia”.
Por se tratar de um tipo de energia que não precisa de combustíveis ou aditivos, a piezoeletricidade não gera resíduos ou agentes poluentes, ao contrário das baterias ou mesmo do petróleo, cuja queima gera poluentes tóxicos.
Além disso, é uma energia fácil de ser obtida. “Basta que haja contato de duas superfícies, ou mesmo atrito, fricção, para que ela possa ser produzida. Por isso ela já é usada em pequenas tarefas, como acendimento automático de fogões”, exemplifica a pesquisadora.
O maior problema dessa tecnologia é seu armazenamento. Como essa energia é obtida no momento da fricção dos objetos, sua utilização também deve ser instantânea, caso contrário a eletricidade produzida se perde.
Por isso a Unesp, atualmente, investe na pesquisa e no desenvolvimento de materiais capazes de armazenar a energia gerada pela piezoeletricidade. Uma das soluções estudadas é a produção de uma bateria especial e recarregável.
Além disso, outro problema encontrado para a difusão dessa energia no país é o alto custo, uma vez que os materiais