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Consumidores reclamam de indícios de maquiagem de preços e Procon-SP notifica lojas.
RIO – A Black Friday à moda brasileira acabou se transformando numa sexta-feira em que o preto foi a cor do desrespeito aos direitos dos consumidores. A data que prometia descontos polpudos, como acontece tradicionalmente nos Estados Unidos, deixou de saldo, além de R$ 200 milhões em negociações só no comércio eletrônico — o dobro do registrado em 2011, segundo e-Bit, empresa especializada em informação do setor — uma enxurrada de reclamações nas redes sociais e nos órgãos de defesa do consumidor sobre manipulação de preço. Nas redes sociais, a campanha logo ganhou um apelido: “Black fraude”
O volume de queixas levou o Procon-SP a notificar Extra (lojas física e na internet) e as lojas virtuais Ponto Frio, Submarino, Americanas.com, Wal-Mart, Saraiva e Fast Shop.
— A maior parte das empresas notificada agora é reincidente, ou seja, já foi autuada no ano passado, seja por ter comprovadamente manipulado preços para oferecer descontos aparentemente maiores, ou por se negar a apresentar documentos quando notificados. E nesses casos, se comprovarmos que houve efetivamente a quebra da boa-fé, as punições poderão ser mais severas, como suspensão temporária das atividades e até contrapropaganda, além da multa que pode chegar a R$ 6,5 milhões — informa o assessor-chefe do Procon-SP, Renan Ferraciolli, acrescentando que as empresas têm até o dia 30 para apresentar as respostas.
A manipulação de preços ocorre quando a empresa informa que praticava, antes da promoção, preço bem mais alto do que o produto de fato custava, para fazer parecer que o desconto é maior que o real.
Segundo o assessor-chefe do Procon-SP, Fast Shop, Wal-Mart, Ponto Frio, Extra, Magazine Luiza ainda estão discutindo administrativamente o pagamento da multa aplicada no ano passado:
— Mas o estado vai fazer de tudo para receber essas multas. Mais