trabalho infantil
Cássia de Castro Bezerra
Universidade Federal de Alagoas – Campus Arapiraca / Pólo Palmeira dos Índios.
Endereço eletrônico: cassiacastro@yahoo.com.br
I – INFÂNCIAS DE TRABALHO
A partir do século XX, a infância assumiu novos lugares no cenário social e cultural, assegurando de forma efetiva sua valorização nos diferentes segmentos da sociedade, destacando a singularidade que constitui o período infantil e os direitos que passaram a dispor enquanto cidadãos (MEDEIROS NETO, 1999). Deste modo, várias políticas sociais para a infância foram se desenvolvendo ao longo dos anos em diferentes setores como saúde, educação, trabalho e justiça.
Tomando por referência a literatura sobre infância (KRAMER, 2001; SARMENTO,
2003; RIZZINI, 2006), observamos que esta se constitui a partir dos diferentes contextos em que a criança se insere. Deste modo, modelos distintos de viver a infância foram sendo constituída a partir de realidades como pobreza, exclusão, fome, violência, guerras, classe social e outros. Tais contextos definem as peculiaridades que caracterizam a vivência infantil.
Nesse sentido, podemos compreender que a experiência específica da criança que trabalha configura uma maneira particular de viver a infância.
O processo de inserção de crianças no “mundo do trabalho” gera uma experiência que se diferencia de outras infâncias, uma vez que reflete diretamente em seu desenvolvimento físico, emocional, social e intelectual. O contexto de trabalho requer o desenvolvimento de aspectos que lhe são peculiares, como a responsabilidade, o equilíbrio emocional, a concentração, o controle do cansaço, dentre outros. É nesse aspecto que a atividade de trabalho gera um fator de comprometimento no amadurecimento da criança em todos os níveis, contribuindo para a identificação com o universo adulto mais do que com o próprio universo infantil (CAMPOS & FRANCISCHINI, 2003).
A inserção da