Trabalho Experimental
Avaliação do Desempenho de Misturas Betuminosas Recicladas Temperadas
Acção do Gelo e do Degelo
INTRODUÇÃO TEÓRICA
As preocupações de ordem ambiental e técnica estão a impulsionar cada vez mais a reutilização dos resíduos produzidos por várias indústrias. Na verdade, a eliminação incorrecta de resíduos tem importantes impactes ambientais e os custos de manuseamento podem ser muito elevados. Além disso, há uma crescente pressão internacional para que sejam reduzidas as emissões de gases com efeito de estufa, tais como o CO2. Ora, as actividades de construção e de reabilitação de pavimentos rodoviários são responsáveis pela emissão de uma parcela das emissões. Uma das formas de atenuar essas emissões e reduzir o consumo de energia é a produção de misturas betuminosas temperadas (MBT), para as quais há indícios de que, apesar das suas características específicas, permitem um desempenho estrutural adequado.
As tradicionais misturas betuminosas a quente (MBQ) são produzidas a temperaturas entre 150 e 180ºC, dependendo do betume. Para este intervalo de temperaturas são garantidos: a secagem dos agregados; o adequado envolvimento do ligante aos agregados; e a trabalhabilidade adequada, para a mistura e compactação das mesmas.
A utilização de aditivos e a aplicação de novos métodos de fabrico tem vindo a demonstrar ser possível uma redução de até 40% da temperatura de produção, aplicação e compactação das misturas betuminosas, em comparação com as misturas betuminosas a quente (MBQ), (Ferreira, Oliveira et al. 2009).
A redução da temperatura traduz-se em inúmeras vantagens: diminuição do consumo energético e, por consequência, do custo de produção; diminuição da emissão de gases nocivos ao ambiente; redução da exposição dos trabalhadores aos gases; melhoria das condições e das técnicas de aplicação (LVBA 2010).
As MBT tendem a apresentar uma melhoria na compactação, o