Trabalho Eveline
Referência: FLANDRIN, Jean-Louis. MONTANARI, Massimo. História da Alimentaçã – São Paulo; Estação liberdade, 1998.
[....] Podemos, porém, afirmar que é a sociabilidade que sobressai nos banquetes entre particulares, na Mesopotâmia, enquanto as recepções reais são, sobre tudo, marcadas pela necessidade de evidenciar um certo prestígio. Por outro lado, pode-se estabelecer uma relação direta entre o mundo da realeza e o do culto. (página 55e 56)
Todo acordo algo solene que reúna indivíduos e, sobretudo, grupos familiares concretiza-se pela realização de uma refeição em comum. Ela simboliza o acordo, a partilha da bebida e da comida, que constitui a contrapartida material da redação de um contrato. A refeição une os participantes, o que se exprime em documentos do princípio do segundo milênio pela formula: “Comemos pão, bebemos cerveja e nos untamos de óleo.” Esta prática evidencia-se, principalmente, nos contratos de venda de bens imóveis, sobre os quais pesam, muitas vezes, os direitos familiares de propriedade.[....] (página 56)
[....] Na Assíria do fim do terceiro milênio, o fator de untar a cabeça de uma moça livre ou organizar um banquete de núpcias bastava para legitimar um casamento. Um documento de contabilidade babilônico do princípio do segundo milênio mostra que, durante um casamento, o pai da noiva encarregava-se de distrair seus convidados e os do noivo, até que este partisse com sua mulher, depois de terem recebido presentes, entre os quais produtos alimentares consumidos durante a festa.[....] (página 56)
O fato de beber na mesma taça estabelece, portanto uma espécie de fraternidade e vale para as alianças entre todos, desde os simples particulares até os que ocupam o topo da hierarquia estatal.[....] (página 57)
[....] A recusa em partilhar os mesmos alimentos pode ser interpretada como um sinal de hostilidade. Do mesmo modo, tratar mal um convidado é naturalmente um sinal notório de