Trabalho Estado e sociedade na Europa Medieval
Por quase cem anos o arianismo teve um papel importante entre os monarcas suevos, porém limitando-se ao âmbito da nobreza, sendo que a população estava, em sua maioria, mais ligada às práticas pagãs e ao priscilianismo no campo e ao catolicismo nos centros urbanos. Embora não haja registros de atritos entre esses grupos, o arianismo proporcionou um distanciamento religioso entre a corte e o resto da população. A partir de meados do século VI houve a conversão do rei suevo e sua corte ao catolicismo, favorecendo a consolidação política do reino, se distanciando dos arianos visigodos, e estreitando relações com os católicos francos e bizantinos, que poderiam apoiar militarmente os suevos contra os visigodos, se necessário.
Com a conversão do rei houve a consequente aproximação entre a autoridade política e as autoridades eclesiásticas, que se uniram em prol da causa religiosa, ou seja, se uniram com o fim de construir uma unidade política a partir da unidade religiosa. A colaboração mútua entre a religião e o governo proporcionou o fortalecimento tanto do reino quanto da Igreja. A conversão foi um marco que inaugurou uma nova conjuntura, do processo de aproximação entre a Igreja e a monarquia, favorecendo a consolidação política do reino suevo e fortalecendo a Igreja. Os reis suevos além de participarem dos concílios, fizeram doações para a construção de mosteiros possibilitando um movimento de reorganização da Igreja. A participação real nos concílios não se limitava a convocação, mas envolvia também o comprometimento com as decisões estabelecidas, numa política de colaboração com a Igreja. Ao mesmo tempo a Igreja promovia amplamente a cristianização da população do reino, ainda influenciada pelo paganismo e priscilianismo.
O priscilianismo tinha se espalhado por toda a Galiza, se aproveitando da fraqueza da Igreja, que embora mantivesse suas atividades, enfrentava problemas não só com os