Trabalho escrava atualmente
Acusada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) de submeter 500 trabalhadores brasileiros a condições análogas à escravidão na construção de uma usina em Angola, a Odebrecht negou ilegalidades na obra e disse seguir “rigorosamente a legislação trabalhista em todas as suas operações” no país africano.
(Operários brasileiros disseram terem sidos submetidos a maus tratos em construção, empresa nega).
Em nota, a companhia afirmou que não cerceia a liberdade de seus operários e que oferece transporte gratuito para que visitem cidades vizinhas às obras.
A Odebrecht se expressou após o MPT ajuizar, na sexta-feira, uma denúncia contra a companhia por trabalho escravo e tráfico internacional de pessoas. A investigação que levou à ação do órgão se iniciou após uma reportagem da BBC Brasil revelar denúncias de maus tratos na usina Biocom, primeira fábrica de açúcar e biocombustíveis de Angola, controlada pela Odebrecht.
A ação civil pública pede que a empresa pague uma indenização de R$ 500 milhões por danos coletivos aos trabalhadores.
O comunicado da Odebrecht, porém, não se refere à ação do MPT em si, mas à reportagem da BBC Brasil que anunciou a entrega da denúncia à Justiça.
“A Biocom (Companhia de Bioenergia de Angola) repudia as alegações e insinuações veiculadas pela reportagem, que se apresenta distorcida da realidade”, diz a empresa.
Em sua ação civil pública contra a Odebrecht, o MPT diz que “os trabalhadores, centenas deles, foram submetidos a condições degradantes de trabalho, incompatíveis com a dignidade humana, e tiveram sua liberdade cerceada, sendo podados em seu direito de ir e vir”.
Segundo a denúncia, as instalações sanitárias, áreas de vivência, alimentação e água para beber na obra eram “indignas”.
(Imagem de um dos banheiros que foram alvo de reclamações dos trabalhadores).
A Procuradoria diz que a empresas subcontratadas pela Odebrecht recorreram a aliciadores