Trabalho em alturas
Luciane Maria Legeman Salorte[1]
RESUMO
Este texto analisa os elementos e as ideias que se fazem presentes na historiografia da Amazônia, discutidos por dois autores modernos: Auxiliomar Silva Ugarte e Neide Gondim. Nesta discussão, os dois autores dialogam acerca de como se deu a construção do pensamento social sobre a Amazônia e, para tanto, trazem à baila questões relacionadas: a) ao fascínio que essa região despertou nos seus conquistadores europeus, b) à intolerância racial e cultural, e c) à cobiça de bens materiais.
Palavras-chave: Amazônia, pensamento social, historiografia.
ABSTRACT
This text analyses on the elements and ideas that are present in the historiography of Amazon, which are discussed by two modern authors: Auxiliomar Silva Ugarte and Neide Gondim. On this discussion, the two authors talk about how the construction social thought about Amazon occurred and, for that, they bring lights on questions related to: a) the interest that this region arouse in its European conqueror, b) racial and cultural intolerance; and c) greed for material goods.
Keywords: Amazon, social thought, historiography.
1 INTRODUÇÃO
Ao longo dos últimos cinco séculos, a historiografia da Amazônia revelou alguns elementos que fomentaram a visão da região amazônica como sendo “margem” da “margem do mundo”. Essa visão foi construída baseada num “[...] padrão de ocupação e exploração que caracteriza a história da Amazônia, desde o seu início até o presente.” (BATISTA, 2007, p. 11). O ideário e os valores dos colonizadores europeus que trilharam o Novo Mundo, em particular a Amazônia, a partir do século XVI, bem como o conhecimento científico do século XVIII, fornecido pelos viajantes naturalistas, nas devidas proporções, ainda se impõem como sistema de pensamento interpretativo. A ideia de supremacia da raça branca e europeia em relação aos