Década de noventa Os anos 90s foram caracterizados por grandes transformações na economia brasileira, ocasionadas principalmente pela liberalização comercial e financeira e também pela implementação de políticas de estabilização. Barreiras tarifárias e não-tarifárias foram reduzidas, bem como poupança externa foi atraída. Planos de estabilização foram tentados, tendo sido o Plano Real, implementado em 1994, o único a conseguir conter o ritmo da inflação após várias décadas de perturbações.5 No Brasil, a proteção ao setor manufatureiro, através de barreiras tarifárias e não-tarifárias, foi paulatinamente, retirada, observando um cronograma estabelecido. A privatização foi implementada através do Programa Nacional de Desestatização. Os objetivos da política de privatização do Brasil, no início da década de noventa, foram basicamente o ajuste patrimonial, a recuperação do nível de investimentos e a eficiência microeconômica decorrente da passagem da titularidade de ativos públicos para agentes privados. A argumentação era a de que havia a necessidade de reduzir o déficit público, de aumentar a captação de poupança privada para a promoção de investimentos nos setores privatizados e de que a estrutura burocrática, diante de assimetria de informações, não garantiria o incentivo adequado para induzir essas empresas a reduções de custos, aumento de qualidade e/ou investimentos em capacitação tecnológica, na ausência de pressão competitiva efetiva. A mudança mais significativa trazida pela privatização foi a gestão das antigas estatais pelo princípio da empresa privada.6 Como na década de noventa se intensificou o processo de desestatização, tornou-se necessário readequar os instrumentos da política industrial em uma nova concepção de concorrência, para atenuar os efeitos de falhas de mercado do tipo bens públicos, externalidades, economias de rede ou falhas