Trabalho de Psicologia Clínica e Saúde Mental
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - UERJ
CAROLINA SOARES DA ROSA – 3º período
Rio de Janeiro
Março/2013
O campo da saúde mental foi sendo constituído na passagem do século XVIII para o século XIX com a emergência do discurso médico, baseado na razão iluminista que acreditava no racionalismo cientifico e no poder da técnica. A religião e a magia foram perdendo o poder e sendo substituídas pelo cientificismo médico. O saber incontestável começa a ser proveniente do médico. Antes dessa época, a imagem que circundava a loucura era baseada na sua representação medieval de algo místico, desconhecido, considerando o lugar imaginário da passagem da vida à morte. Também havia uma concepção de uma existência nômade da loucura através da “Nau dos Loucos ou dos Insensatos” que eram embarcações que levavam os loucos para outras cidades e lá, quando eram acolhidos, eram levados para a prisão ou eram chicoteados publicamente e enxotados.
A partir da segunda metade do século XVIII, a loucura passa a ocupar um lugar isolado das demais formas de miséria social. Os loucos que antes ficavam juntamente com os miseráveis, libertinos, devassos, hereges, entre outros nos hospitais gerais, um local com a função de confinamento e exclusão dos habitantes do mundo da desrazão, sem nenhum objetivo de tratamento, passaram a ser destinados a casas de internamento que estavam sendo criadas. Essas casas recebiam apenas os loucos, entretanto ainda não possuíam um propósito de tratamento propriamente dito.
Nessa época, ocorreu um grande acontecimento que marcou o nascimento da clinica psiquiátrica e a constituição da loucura como doença mental. O psiquiatra francês Philippe Pinel criou os asilos com o objetivo de tratar a loucura. Neles, os médicos instituíram um discurso que localizava a medicina num lugar de saber e foram desenvolvendo teorias que visavam a cura da loucura