Trabalho de Política I
Professor: Eduardo Heleno
Disciplina: Política I
Trabalho de Política I
VERNANT, Jean-Pierre. “Capítulo IV – O Universo Espiritual da Polis”. In: As Origens do Pensamento Grego. Trad. Ísis Borges B. da Fonseca. Rio de Janeiro: Difel, 2002.
Páginas 55 – 56: “Doravante, a discussão, argumentação, a polêmica, tornam-se as regras do jogo intelectual, assim como do jogo político”.
Página 57: “a dike[...] vai poder encarnar-se num plano propriamente humano, realizar-se na lei[...] norma nacional, sujeita à discussão”.
Percebe-se, no trecho citado, a referência da racionalidade como peça-chave no “jogo político” que é, por sua vez, “um jogo intelectual”. Muito à propósito, o uso da razão, expresso e encarnado por meio de palavras(logos) e leis(themis), a “norma racional” que visa a realização da justiça(dike), são instrumentos racionais de se vencer conflitos sem se recorrer às guerras propriamente, evitando-se, assim, grande prejuízo e destruição. Ao invés de guerrearmos com armamentos bélicos, guerreemos com argumentos, tomemos em punho o logos em sua função política, em defesa do bem comum e universal.
Página 64: “Ora afirmará ser o único qualificado para dirigir o Estado, e, tomando orgulhosamente a posição do rei-divino, pretenderá, em nome desse “saber” que o eleva acima dos homens, reformar toda a vida social e ordenar soberanamente a cidade”. O filósofo, a quem se refere o trecho apontado, vê-se, assim, habilitado a presidir o governo por ver-se acompanhados de “ministros” cognitivos, de saberes úteis à tomada de decisões. Daí a expressão “déspotas esclarecidos”, os ditos reis filósofos, cujo saber e aculturação os dota de autoridade e domínio, tendo como resposta a submissão de seus súditos. Ainda que déspota, o que lhe granjearia olhares suspeitos, o fato de ser “iluminado” pela luz do conhecimento legitima seu governo, e quem sabe, se mal intencionado, práticas ilegítimas. No entanto, cabe salientar acerca da autoridade