Trabalho De Marcos Paulo
A aquisição do conhecimento matemático não se inicia, para o educando adulto, apenas quando ele ingressa num processo formal de ensino. Essa aquisição já vem se dando durante todo o decorrer de sua vida. O indivíduo deixado de fora da escolarização é obrigado a adquirir certo saber que lhe possibilite a superação das necessidades do cotidiano (principalmente aquelas geradas pelo tipo de trabalho que ele realiza). Mas, a sua situação nas relações sociais de produção lhe exige a aquisição desse saber, ao mesmo tempo que lhe impede o acesso à escolarização a automaticamente ao conhecimento matemático. A consciência do individuo tornar-se marcada por uma ambiguidade: de uma lado, ao se deparar com certas dificuldades, ele não hesita e as resolve utilizando-se daquele seu saber matemático e. de outro lado, como esse saber não é reconhecido enquanto conhecimento matemático pela sociedade, assumindo isso, embora inconscientemente o individuo afirme que não conhece nada de matemática. A compreensão desse processo contraditório mostra a necessidade de se desenvolver uma metodologia de ensino e que possibilite a real superação e incorporação do conhecimento já adquirido.
Vera Masagão Ribeiro (org.) – Educação de jovens e adultos: novos leitores, novas leituras- Campinas, SP: Mercado de Letras; São Paulo: ação educativa 2001.
O debate em torno do alfabetismo – ou letramento, como preferem muitos autores brasileiros – vem se alimentando de outras fontes e respondendo a outros problemas sociais e culturais que não só os da educação. Teorizando sobre a oralidade e a cultura escrita, especialistas de diversas disciplinas vêm tentando compreender de que maneiras a linguagem constitui os seres humanos, como as tecnologias da comunicação moldam os conteúdos do conhecimento ou, ainda, como se assemelham e diferenciam-se as culturas ditas tradicionais e