Trabalho de Libras

Na Antiguidade, a surdez teve concepções negativas, os portadores de deficiência, incluindo os surdos, eram considerados incapazes, excluídos da sociedade, muitas vezes mortos ou usados como palhaços ou bobos para divertir os senhores nas cortes. Não recebiam nenhum tipo de educação e quando atribuíam-lhe algum trabalho, estes eram desprezíveis, sem nenhum valor para seu progresso como ser humano. Aristóteles (384 – 322 a C.) defendia que a consciência estava ligada aos sentidos, dessa forma, os surdos, por não terem capacidade de ouvir e falar, eram vistos como seres incapazes de aprender. Os romanos tiravam dos deficientes auditivos os direitos legais, impedindo-os de fazer testamentos, receber herança e realizar negócios financeiros. A Igreja Católica, tirava dessas pessoas seus direitos religiosos, afirmando que, por elas serem incapazes de dizerem os sacramentos, não poderiam participar da religião. Até o início da Idade Moderna não foram realizadas experiências educacionais com crianças surdas. No início da Idade Moderna, no século XIV, o advogado e escritor Bartolo Della Marca D’Ancora faz a primeira alusão a possibilidade do surdo aprender através da língua de sinai ou língua oral. Girolamo Cardamo declara que os surdos podiam e deviam receber instrução. Seu primeiro filho era surdo. O primeiro professor para surdos da história foi um Monge Beneditino espanhol chamado Pedro Ponce de León que ensinava crianças surdas, filhas de nobres a falar para que pudessem ser reconhecidos em seus direitos legais. Por volta de 1698, na Inglaterra, John Wallis, educador de surdos e estudioso da surdez, depois de tentar ensinar vários surdos a falar, desistiu desse método, dedicando-se mais ao ensino da escrita. Usava gestos em seu método de ensino. Tornou-se o pai do método escrito na educação dos surdos. Mas, o primeiro passo concreto para a educação de crianças surdas se deu na França, entre 1712 e 1789. O Abade Charles Michel de L’Epeé