Trabalho de história e antropologia
Em tempos de Copa do Mundo, a globalização se evidencia ainda mais, e com esta, não se vem apenas benefícios. Torna-se assente (e latente) nessa Nova Ordem Mundial - onde cada vez mais diferentes povos e culturas convivem juntos - o forte etnocentrismo ainda vigente. A verdadeira “guerra de culturas” nos é posta diante, entre anseios políticos, econômicos e sociais, a cada ingerência global nos territórios de cada Estado. E a própria ideia de soberania estatal favorece a perspectiva etnocêntrica de cada nação, e cultura. Muito do que se mostrou na Copa do Mundo no Brasil.
O que era pra ser uma festa e encontro de povos e culturas, se demonstrou muita das vezes o contrário. As noções de relativismo cultural, alteridade, diversidade cultural, e até mesmo o conceito de cultura, encontram-se muito distantes das crendices e recomendações populares – pautadas no senso comum. Curioso como certas noções equivocadas sobre questões que nos são tão próximas atualmente, ainda persistem no sistema de verdades da população. Em pleno século XXI, no auge da globalização, a sociedade contemporânea parece viver um retrocesso, para não dizer um estado de estagnação. Não parecemos tão além do contexto que levou a formação e desenvolvimento das Ciências Sociais, em especial Antropologia, no estudo das sociedade tidas como “primitivas”. É impressionante, à propósito, como esta questionável noção de superioridade – fundada pelo etnocentrismo – ainda vigora nas sociedades contemporâneas.
O ocorrido, prática corriqueira nos eventos do futebol europeu, sempre foi muito criticado por brasileiros em geral, haja vista o movimento a pouco deflagrado nas redes sociais “#somostodosmacacos”, onde inúmeras pessoas pessoas se manifestaram em apoio ao jogador de futebol Daniel Alves, vítima de preconceito num jogo do campeonato europeu, quando torcedores atiraram bananas no campo, em uma agressiva ironia acerca de sua origem étnica.
Isso