Trabalho de historia
Frequentemente ouvimos dizer que, antigamente, o ensino desta obra era demasiadamente aborrecido, muito centrado na gramática e no ominoso «que»… Ou lembramo-nos da importância que era dada a episódios de caráter nacionalista como o da Batalha de Aljubarrota… Ou divertimo-nos a pensar nas alusões de caráter erótico presentes no episódio da Ilha dos Amores – tantas vezes pudicamente encobertas pelos professores…
Agora, com o novo programa, o que pode mudar, o que tem de mudar, o que vai mudar no ensino de Os Lusíadas? Isto é, o programa consegue convocar, com os seus pressupostos didáticos, uma leitura moderna e atrativa de Os Lusíadas?
Deixamos aqui algumas perguntas para reflexão e eventual resposta, algumas provocadoras, de propósito…
1. Um manual de nono ano tem de começar o estudo de Os Lusíadas pela Proposição? Não se poderia começar oferecendo aos alunos como porta de entrada no poema uma história imortal de amor como a de Inês de Castro?
2. Que reflexão lhe merece a não inclusão dos episódios da Batalha de Aljubarrota, da Ilha dos Amores e do Velho do Restelo, no NPPEB, no corpus mínimo de estâncias a trabalhar no 9º ano?
3. É necessário levar para a aula filmes sobre Camões, sua vida e sua obra, ou é mais importante o trabalho intensivo sobre o texto? Este texto – tão rico – não se basta a si próprio?
4. A gramática: qual o seu peso na aula? Será ou não importante trabalhá-la como motor da compreensão de leitura, desde logo através da linguística de texto?
5. A gramática: é possível ‘dar’ Os Lusíadas e, ao mesmo tempo, interessar os alunos na descoberta da língua, na reflexão sobre a língua?
6. A intertextualidade: que textos gostaria de ver no manual a dialogar com Os Lusíadas?
6.1 A intertextualidade: vê interesse na abordagem do estudo intertextual de Os Lusíadas em relação com algum auto vicentino? Qual? Porquê?
7.