Trabalho compulsório no egito - ciro flamarion (resumo)
O autor inicia sua argumentação de modo a caracterizar as estruturas econômico-sociais do antigo Egito. Evidencia as baixas tecnologia e mercantilização da economia, ressaltando seu caráter natural, marcado pela concentração dos excedentes – agrícolas ou não – pelo Estado e pelos sacerdotes para posterior redistribuição parcial. Dessa forma, salienta a forte dependência dos edifícios e dos centros de poder em relação aos centros de atividades agropecuárias.
A centralização dessa economia é posta em destaque, apesar da coexistência de uma propriedade privada hereditária desde o Reino Antigo, da descentralização do poder dos períodos intermediários e da expressiva intensificação e dinamização da atividade comercial durante a expansão do Reino Novo.
Nesse contexto, surge a dificuldade em diferenciar trabalhadores livres e escravos que exerciam tais modalidades de trabalho nessa sociedade. Após a análise sintética da estrutura econômico-social, mostra-se muito mais significativa e profunda a diferenciação entre a pequena camada dominante e as massas. Tal argumento é reforçado com base no estudo de fontes primárias, como textos funerários do Reino Médio e do Reino Novo e documentos relativos à reforma social instituída durante o reinado de Ramsés III, cujos termos utilizados para estratificar a sociedade egípcia antiga não diferenciam os “livres” dos “escravos”, englobando-os numa só camada social. Descarta-se, contudo, a inexistência de relações escravistas no Egito faraônico.
No tocante aos trabalhadores livres, o autor inicia sua análise com base na produção acadêmica de Gommaire Dykmans, que identifica uma forma de servidão por contrato no Egito faraônico do terceiro milênio e desacredita