Trabalho assalariado e capital
O trabalho assalariado
Marx apresenta neste texto, antes de mais nada, a noção clara de que o trabalho é a atividade vital do trabalhador, sua exteriorização de vida; mas posta sob o domínio do capital, essa atividade comporta-se tal qual qualquer mercadoria, afirmando que “esta atividade vital ele a vende a um terceiro, para assegurar-se os necessários meios de vida. Sua atividade vital é, pois, para ele somente um meio para poder existir. Ele trabalha para viver. Ele não inclui o próprio trabalho em sua vida, ele é muito mais um sacrifício de sua vida. É uma mercadoria que adjudicou a um terceiro” (TAC, p. 457).
Em seguida, o autor coloca-se na posição de explicar o significado e determinação do trabalho assalariado, perguntando ao princípio: “o que é o trabalho assalariado?” Ele argumenta mostrando que os questionamentos nessa linha levam a perceber que, em cada ramo de produção, o pagamento ao trabalhador, seja por determinado tempo de atividade, ou “pelo fornecimento de um determinado trabalho”, consiste sempre numa dada quantidade de dinheiro que o capitalista despende na compra dessa atividade. Desta forma, diz Marx, “O burguês compra, portanto, vosso trabalho com dinheiro. Por dinheiro, vocês vendem-lhe vosso trabalho” (TAC, p. 455) .
Pondera em seguida que, com o dinheiro com que comprou o trabalho alheio, isto é, a capacidade contida no trabalhador para exercer qualquer atividade que lhe seja determinada e para a qual seja orientado, o capitalista poderia ter comprado qualquer outra mercadoria, seja para consumo, seja como meio de produção.
E, na confirmação dessa relação, diz o autor: “Sua mercadoria, o trabalho, os trabalhadores a trocam pela mercadoria do capitalista, por dinheiro, e de fato esta troca se realiza em uma relação determinada. Tanto de dinheiro por tanto de trabalho” (TAC, p. 456).7 De maneira que aquela quantidade de dinheiro dada pelo capitalista