TRABALHO 1

Gongora (2003) afirma que a Análise do Comportamento “inclui as atividades encobertas, tais como sentimentos, pensamentos, fantasias, sonhos...”. (p.103) Nesse sentido, como é possível relacionar as fantasias ligadas à paranoia com a Teoria da Cópia proposta por Skinner (1904/2006)? Como exemplo, pode-se pensar no amado que fantasia constantemente que sua mulher está com outro homem, mesmo que tal cena nunca tenha sido vista. Poder-se-ia dizer a ele “isso só está na sua imaginação.” No entanto, de acordo com Skinner (1974/2006), quando o sujeito percebe alguma coisa, tal coisa observada é armazenada na memória e altera posteriormente a forma com que algo é percebido (mesmo na ausência da coisa vista). Tendo tais aspectos como base, como explicar fantasias paranoicas que nunca aconteceram e que, portanto, nunca foram percebidas?

Considerando que os comportamentos de origem ontogenética, segundo Gongora (2003), podem ser aprendidos ou desaprendidos, independente de serem normais ou anormais, e que, assim sendo, há uma possibilidade de tratamento das maiorias das síndromes descritas pela Psiquiatria e levando em consideração também que “os critérios para que comportamentos sejam considerados patológicos [...] são de origem social e seguem normas socioculturais” (p. 96). De que modo a Análise do Comportamento lida com as questões pertinentes à medicalização social, como por exemplo, o uso da Ritalina no tratamento do TDAH?

De acordo com Gongora (2003), “considera-se que as pessoas respondem ao ambiente sempre da melhor e mais eficiente maneira que elas podem” e que, dessa forma, um comportamento é sempre adaptativo. Para Skinner (1974/2006), “a dotação genética da espécie, mais as contingências às quais o indivíduo foi exposto, determinam aquilo que perceberá”. (p.99). Nesse sentido, quais as contingências determinantes no processo de delírio? Poderia se afirmar que o sujeito que delira está respondendo ao ambiente da melhor e mais eficiente maneira que ele pode?