Trabalhando na Era do Nao Emprego 2
Dino Carlos Mocsányi
Por vários milênios em nossa civilização, ninguém tinha um "emprego fixo" da maneira como temos hoje este conceito, aliás em lenta, porém franca, extinção.
O trabalho então era desenvolvido de forma autônoma por quem sabia fazê-lo, dando origem aos artesãos, mestres e, posteriormente, às corporações de ofício da Idade Média. Eu sei que você não tem tanta idade assim para lembrar de todos estes detalhes com precisão, mas assim foi até início da Revolução Industrial (que saudade de minhas aulas de História...).
Surgiram e cresceram então assim as primeiras grandes empresas, absorvendo os camponeses emigrados para as cidades, expulsos pela falta de trabalho decorrente da mecanização agrícola. Esta trajetória ocorreu em muitos lugares do mundo civilizado, no Brasil inclusive, ainda que por aqui com algum atraso, já pelo meio do século 20.
Na crença de que uns só serviam para o trabalho braçal enquanto outros, mais privilegiados, deveriam administrar os primeiros, empilharam-se caixinhas e mais caixinhas organizacionais sobre os níveis operacionais.
Surgiram, assim, as grandes e inflexíveis estruturas hierárquicas, e as noções de "trabalho" e de "emprego" se confundiram. Trabalhar significava estar empregado (note o tempo de verbo no passado...).
Em um futuro bem próximo, sem dúvida iremos relembrar o final do século passado e este nosso século 20 como a "Era do Emprego".
O QUE OCORRE HOJE
A moda agora é dizer que os empregos estão indo embora. Você já ouviu isto em algum lugar, não é mesmo?
No entanto, pessoas ainda são empregadas, e sempre o serão. O que ocorre é que o trabalho que elas estão sendo solicitadas a realizar encaixa-se cada dia menos no modelo que nós conhecemos como "aquele bom emprego".
O que está acontecendo?
Neste nosso mundo globalizado, do qual fazemos parte agora, e que muda durante cada mal dormida noite de sono, surge nova pressão, por contínua e acelerada readequação da força de