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DESENVOLVIMENTO
Desde a campanha eleitoral, Fernando Collor de Mello prometia modernizar o Brasil, e sua própria figura jovem, bem como a de alguns de seus ministros, forneciam suporte a esse tipo de discurso. Por modernização, o novo presidente da República entendia a diminuição do papel do Estado, o que incluía a defesa do livre mercado, abertura para importações, fim das privatizações e dos subsídios. Em suma, uma adequação do Brasil à nova realidade do neoliberalismo mundial.
O Plano Collor, divulgado no dia seguinte à posse e adotado imediatamente, representava uma mistura de elementos monetaristas e heterodoxos, tentando evitar os problemas do Plano Cruzado. Reintroduzia o padrão monetário do cruzeiro e instaurava o congelamento imediato de preços, seguido de gradual liberalização e livre negociação de salários. Entretanto, para evitar o deslocamento de recursos da poupança para o consumo, como ocorrera em 1986, forçando uma elevação dos preços (ou desabastecimento), promovia também o confisco puro e simples de todas as contas correntes, poupanças e demais investimentos que excedessem a quantia de 50 mil cruzeiros. O confisco teria prazo de 18 meses, quando então os valores seriam desenvolvidos às pessoas e empresas, corrigidos monetariamente.
Além disso, preconizava o violento corte nos gastos públicos, começando pela demissão de funcionários do governo e pelo aumento generalizado de impostos. Anunciaram-se as privatizações, bem como a diminuição dos impostos de importação, estimulando, portanto, as compras no exterior.
O plano de bloqueio da liquidez almejava impedir que a remonetização ocorresse de forma rápida e desordenada, ou seja impedir a criação de liquidez instantânea e automática que podia ser feita unilateralmente pelos detentores da moeda indexada, haveres financeiros não monetários de alta liquidez. O diagnóstico do plano era que estes poderiam ser transformados em M1 imediatamente e a revelia do Banco Central do