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A concentração de terra está diretamente relacionada como a concentração do poder. Os poucos donos das terras, que sempre receberam privilégios e exerceram influência sobre as instâncias governamentais em nome de seus interesses pessoais, financeiros e políticos, exploram, escravizam, ameaçam, torturam e matam aqueles e aquelas que ousam lutar contra seus privilégios.
O aumento da violência no meio rural não se limita aos conflitos de disputa pela terra, atualmente há assassinatos sistemáticos daqueles que dedicam suas vidas à defesa e proteção da natureza e por uma utilização racional dos recursos naturais. O avanço do agronegócio potencializa o aumento dos crimes ambientais, em claro desrespeito à legislação vigente, comprometendo a preservação e a conservação da biodiversidade.
Em 2003, foi divulgado o Plano Nacional de Reforma Agrária: Paz. Produção e Qualidade de Vida no Meio Rural, pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário que verificou um crescimento de 71 % das ocupações de terras em 2003, em comparação a dados de 2002. Entre os anos 1990 e 2002, no Brasil, ocorreram cerca de 8.980 casos de violência no campo.
Segundo a Comissão Pastoral da Terra - CPT -, no período de 1985 a 2002, foram registrados no Brasil cerca de 1300 casos de assassinatos de trabalhadores rurais, técnicos, líderes sindicais, religiosos e até advogados. De todos os casos registrados, somente 121 foram condenados. Entre os mandantes dos crimes, aqueles que indicam ou contratam um matador de aluguel, somente 14 foram julgados. Dos executores, somente 96 foram julgados e 58 condenados. Referente à luta pela reforma agrária, entre 1985 e 2002, cerca de 6.330 trabalhadores foram presos.
Em 2003, no início do primeiro mandato do presidente Lula, naquele período, o assassinato executado contra os trabalhadores rurais cresceu 69,8% em comparação a 2002. As ordens de despejos atingiram 35.297 famílias. O número de prisões também elevou-se a 140,5 %.
No ano de