Tout va Bien e Carta para Jane: Muito além das Imagens
Curso: Cinema e Audiovisual
Ensaio sobre Carta para Jane e Tout va Bien.
Tout va Bien e Carta para Jane: Muito além das Imagens
Por Nuno Aymar
A tendência de quando se vê um filme, é de centralizar a atenção justamente nos espaços delimitados pelas imagens que são mostradas. As cenas interligam-se em uma série de mecanismos de expressão e construção discursiva e a partir disso, a obra produz o seu conteúdo (tal situação, não só está presente no cinema, mas também em tudo que abrange uma formulação discursiva). O processo de construção de um significado por trás do discurso, demanda um olhar não somente capaz de compreender o contexto especifico ali sinalizado, porém de uma visão que perceba a transitoriedade dos diversos conteúdos presentes na formulação argumentativa. Toda argumentação tem como objetivo o convencimento dos interlocutores para os quais ela se dirige, mas até que o discurso chegue a esse estado avançado de comunicação, uma série de exterioridades em conjunto com o processo de subjetivação foram necessárias para que se chegasse ao resultado final do ciclo discursivo. Isso não só relativiza o desenvolvimento enunciativo, como demonstra o principio ideológico que esta por traz de qualquer formulação discursiva.
O autor do discurso detém um determinado olhar sobre a realidade e suas representações se convertem em diversos signos e alegorias que estarão à disposição do procedimento narrativo proposto. Como ocorreu esse olhar sobre o real e em que símbolos essa realidade foi convertida? Tal questão propõe uma maneira de investigação do discurso e a partir dela que Godard preparará o seu olhar intelectual e criativo pelas sequencias de Carta para
Jane e Tout va Bien.
A princípio, Godard tem o mesmo objetivo em seus dois filmes e o que realmente se diferem, são os objetos para abordagem que são propostos em cada obra. Circulando as duas obras o espectador é conduzido a um mergulho
no