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O CONTINENTE – ÉRICO VERÍSSIMO
O Continente é a primeira parte da trilogia O Tempo e o Vento, escrita por Érico Veríssimo entre os anos de 1949 e 1962. Narrado por Floriano Cambará, a história apresenta a formação do Rio Grande do Sul a partir de 1745, com o episódio nas Missões Jesuíticas, até 1945, com a queda de Getúlio Vargas. As três partes que formam a trilogia são: O Continente (que tem a duração de 150 anos), O Retrato e o Arquipélago (que, juntos, duram 50 anos).
A primeira parte da obra ganha este nome na medida em que este primeiro momento marca o estabelecimento dos povoados pelo interior do Rio Grande do Sul e também pelo fato de apresentar a solidificação da famílias que originariam os primeiros clâs dominantes. Continente significa, aqui, aglutinação, coesão, esforço familiar num sentido comum.
A obra apresenta sete partes A Fonte, Ana Terra, Um Certo Capitão Rodrigo, A Teiniaguá, A Guerra, Ismália Caré e O Sobrado, sendo que o este último episódio é dividido em sete fragmentos que são espalhados ao longo da obra, quebrando a ordem cronológica dos acontecimentos, visto que ele se passa no final do século XIX, última parte do livro.
Embora o episódio O Sobrado esteja dividido ao longo da obra, aqui ele será colocado no final, com todas as partes juntas, para ajudar na compreensão dos acontecimentos que fecham a primeira parte de O Tempo e o Vento.
A FONTE
Em 1745 o padre Alonzo, jesuíta que trabalha no povoado de Sete Povos das Missões, acorda-se de madrugada. Teve a noite de sono perturbada por um sonho que lembra sua juventude devassa, quando ainda vivia na Espanha. Apaixonado por uma mulher casada, decidira dar cabo do marido de sua amante num duelo. Ao chegar à casa deste para desafiá-lo, descobre que o homem, vitimado por uma apoplexia, morrera havia poucos instantes. Desde então, o sentimento de culpa de Alonzo só diminuíra devido à sua ordenação. Mas em certas ocasiões a culpa voltava a perturbá-lo. Após confessar-se com padre Antônio,