Totalitarismo e Comunicação
Rogério Gomes de Melo1
Graduando em Comunicação Social – Radialismo2
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
RESUMO: Parte dos conceitos clássicos de Totalitarismo, cujas nuanças são analisadas comparativamente. Observa como esse modo específico de fazer política encarnou em dois regimes políticos historicamente circunscritos, destacando como tais regimes se apropriaram dos meios de comunicação para consolidação do monopólio da Ideologia. Relaciona essa característica do Totalitarismo ao monopólio das comunicações no Brasil. Usa o método comparativo, apoiando-se em fatos históricos, que corroboram com a tese de que num país cujo sistema político é a democracia representativa (liberal), o monopólio absoluto da Ideologia mostra-se improvável.
Palavras chave: Totalitarismo, Monopólio, Comunicação, Mídia, Poder.
O conceito de Totalitarismo:
O regime totalitarista surgiu no século XX, no período entre as duas grandes guerras. Norberto Bobbio testifica que “o totalitarismo é a versão atualizada, revista, corrigida e agravada do despotismo” (BOBBIO, 1996, p. 84)3. Suas principais características, segundo esse autor, seriam o despotismo político, econômico e ideológico elevadas ao máximo em sua concentração e unificação. O Estado totalitarista não é, portanto, “apenas um tipo de sistema político, mas é um tipo de sistema social em sua globalidade” (Idem, 1996, p.85), onde se dissolvendo a sociedade inteira no Estado, torna-se então essa mesma sociedade, uma sociedade estatizada.
O termo Estado totalitário começou4 a popularizar-se em meados de 1920, na Itália, para significar as características do Estado fascista em relação ao Estado liberal, mas somente depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) é que foram formuladas, segundo Bobbio, as teorias mais completas acerca do assunto5: As origens do totalitarismo, escrita em 1951, pela filósofa alemã Hanna Arendt, e Ditadura totalitária e