Simbolismo
O fim do século XIX foi profundamente marcado pelo avanço científico e a corrida desenfreada do capitalismo industrial em busca da tecnologia e matéria-prima. Era também a busca de novas tendências e caminhos, apesar de haver um certo pessimismo com relação ao século vindouro, e o Brasil passou por mudanças expressivas dentro de sua estrutura política, econômica e social. A abolição da escravatura (1888) não assegurou o direito de igualdade e civilidade aos negros, acentuando o problema da miséria no país. Revoltas como a "A guerra de Canudos" e a "Revolta da Armada" refletiam o descontentamento com as condições sociais vigentes. O império decadente deu lugar a uma república (1889) que favorecia diretamente o sudeste do Brasil, com a política do "café-com-leite" (domínio alternado de presidentes mineiros e paulistas). As cidades, com seus centros culturais e comerciais aos moldes da Europa (principalmente de Paris), se preocupavam com o inchaço de suas periferias, onde estava a miséria dos negros livres e das massas de imigrantes provenientes principalmente da Europa e Japão, e que surgiram para mudar o perfil do povo brasileiro, principalmente no sul do país. A industrialização, ainda em estado fetal, e a cultura à moda francesa da elite contrastavam com uma nação tipicamente rural e analfabeta que enfrentava os horrores das pestes e epidemias como a febre amarela, dizimando milhares de pessoas.
O Simbolismo nasceu no ano de 1881, aproximadamente, na França. No Brasil, as ideias de Simbolismo nasceram em 1893, com a publicação de Missal e Broquéis, de Cruz e Souza. Esse autor, junto a outros, lançou no jornal Folha Popular (Rio de Janeiro) uma matéria contendo as idéias renovadoras do simbolismo. O objetivo do Simbolismo é redimensionar a subjetividade, o sentimento, a imaginação, a espiritualidade, além de uma procura incessante de descobertas no subconsciente e no inconsciente, nas relações do ser humano consigo mesmo e com o