Regimes Totalitários
Edilene Maria da Conceição – IPTAN/UNIPAC
Especialista em Filosofia Contemporânea – UFSJ
E-mail: edilmc@mgconecta.com.br
Fone: 3373-2287
Data da recepção: 04/09/2007
Data da aprovação: 17/06/08
RESUMO: No pensamento arendtiano o totalitarismo é um fenômeno novo que não se confunde com nenhuma tirania ou despotismo histórico, fundamentado-se em duas estruturas: a ideologia e o terror e os trazendo para o terreno institucional. Através do “Domínio Total”, o totalitarismo intensifica a idéia de poder dentro da sociedade. Portanto, o presente artigo considera importante e fundamental entender como Arendt descreve a questão da junção entre ideologia e terror e as possibilidades criadas para a constituição de um novo Estado: o totalitário. Este se desenvolverá em três partes: a definição de totalitarismo, a relação entre ideologia e terror e a constituição de uma nova instituição política. Acreditava Arendt que o totalitarismo, usando o terror e a propaganda ideológica, é capaz de isolar os indivíduos, descaracterizando-os e destruindo seu espaço público e sua liberdade.
Palavras-chave: Totalitarismo. Ideologia, Terror, Domínio Total, Espaço Público.
1-
Introdução
Para Hannah Arendt o totalitarismo se instaurou como um regime político inteiramente novo diferente de toda a tradição política ocidental fundamentando-se em duas estruturas: a ideologia e o terror. Os goverrnos totalitários fundamentam-se na ideologia do domínio total através do terror, longe de qualquer humanidade e de sua racionalidade. Sistematizam a violência de forma burocrática e desenraizam inteiramente o homem da sua própria realidade e humanidade. Trazem o terror para o terreno da instituição de forma administrativa e lógica.
Como ideologia e terror caminharam juntas na constituição de corpos políticos tão novos? Como se fundamentou no totalitarismo arendtiano a idéia de que "tudo é possível?"