Totalitarismo
Para falarmos do conceito de totalitarismo, necessitamos situá-lo historicamente. Eckhard Jesse, professor de Ciências Políticas na Universidade Técnica de Chemnitz-Zwickau, denomina o século XX como “a era do totalitarismo” (das Zeitalter des Totalitarismus), de modo semelhante ao historiador Eric Hobsbaum ao falar de “era dos extremos” e “era dos cataclismos”, ou de Márcio Seligmann-Silva ao falar da “era das catástrofes”.
O termo totalitarismo foi introduzido por Giovanni Amendola, em 1923, no intuito de denunciar o fascismo italiano enquanto movimento político antidemocrático, para se referir ao processo de concentração do poder social nas mãos de um governo controlado por um individuo, grupo político, com a aparência forma de partido. Todavia, em 12 de maio de 1923, Benito Mussolini utilizou pela primeira vez a expressão “sistema totalitário” aplicado ao Estado fascista, usurpando o conceito e tornando-o de pejorativo, no sentido empregado por Amendola.
Na sua acepção primaria, o totalitarismo não é radicalmente incompatível com certas formas de apoio popular expressas em termos eleitorais, embora o seja, com toda a evidencia relativamente à democracia poliárquica( tentativa de obter uma sociedade mais próxima da democracia plena) razão pela qual foi reivindicado por Giovanni Gentile para exprimir em termos subjetivamente positivos as características do Estado fascista de Mussolini.
Entretanto, com a deflagração da guerra em 1º de setembro de 1939 com a invasão da Polônia e o ataque da Alemanha nazista à União Soviética em 22 de junho de 1941, os estudos sobre o totalitarismo se concentraram no nazismo, tendência alterada apenas com o fim da guerra e a escalada da Guerra Fria, que colocou a União Soviética sob o poder de Stalin novamente no âmbito de interesse de estudos dessa natureza.
Stanislav Andresky alargou o adjetivo de “totalitário” aos instrumentos utilizados para impor o controle do governo sobre a totalidade da vida social e de