Tomás Antônio Gonzaga – Escritor do Arcadismo (1744 – 1810)
(1744 – 1810)
O poeta luso-brasileiro Tomás Antônio Gonzaga, cujo nome arcádico é Dirceu, patrono da cadeira número 37 da Academia Brasileira de Letras, viveu entre o final do século XVIII e o início do século XIX. Nasceu na cidade do Porto, em Portugal no ano de 1744. Era filho do brasileiro Dr. João Bernardo Gonzaga e de dona Tomásia Isabel Clark. Passou parte da infância no Recife e na Bahia, onde o pai servia na magistratura e, adolescente, retornou a Portugal para completar os estudos, matriculando-se na Universidade de Coimbra, onde concluiu o curso de direito aos 24 anos. Depois de formado, exerceu alguns cargos de natureza jurídica (magistratura) e candidatou-se a uma cadeira na Universidade de Coimbra, apresentando a tese "Tratado de Direito Natural" com princípios iluministas que foi dedicada ao Marquês de Pombal.
Em 1778, foi nomeado juiz de fora na cidade de Beja, com exercício até 1781. No ano seguinte, no Brasil, foi nomeado ouvidor e juiz na comarca de Vila Rica (atual Ouro Preto), em Minas Gerais. Nessa época, o poeta se apaixonou por Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, jovem e musa inspiradora dos seus poemas líricos, que tornaram sua obra mais reconhecida: “Marília de Dirceu”. A família da moça, muito tradicional, opunha-se ao romance, mas aos poucos a resistência foi cedendo. Porém, prestes a se casar com Maria Dorotéia, foi denunciado de participar da Inconfidência Mineira.
Em 1789, Tomás Antônio Gonzaga também ficou famoso por sua atuação na Conjuração (Inconfidência) Mineira, no ano de 1789, na qual vários intelectuais e pessoas influentes se insurgiram contra a monarquia portuguesa e lutavam pela independência da colônia. Foi acusado de participação na Inconfidência Mineira e detido, enviado para a Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, partindo depois para Moçambique, onde se casou com Juliana de Sousa Mascarenhas, filha de um rico comerciante de escravos e herdeira de sua fortuna.