Tocqueville e o pluralismo
Na França, Inglaterra e Estados Unidos da América, cientistas políticos passaram a defender a divisão da autoridade e a participação de várias camadas da sociedade nas decisões coletivas. Tais cientistas defendiam um conceito que ficou conhecido como Pluralismo. Especialmente na Inglaterra,o conceito surgiu como uma reação ao poder centralizado e à soberania absolutista. Em política, Pluralismo denota a relação entre comunitarismo e individualismo que almeja a formação do estado ideal. O ideal do pluralismo está relacionado a consensos, uma vez que uma única definição do que seria correto é improvável. Isso demonstra que o ambiente político deve permitir a livre expressão e a pluralidade de idéias.
O responsável por criar o termo foi o francês Alexis de Tocqueville, que em seu tempo de vida (1805-1859) presenciou o fim das guerras napoleônicas e o desenvolvimento e ascensão de outros importantes conceitos políticos como o liberalismo. Tocqueville ficou conhecido por seus trabalhos relativos à revolução Francesa e seus efeitos sobre a sociedade européia. Mas foi nos Estados Unidos que o filósofo se inspirou para sua obra mais famosa: A Democracia na América (1835). A obra disserta sobre as diferenças entre os hábitos políticos na Europa e na América, uma vez que no último o debate político era fervoroso e constante. Tocqueville observou que a democracia não depende apenas da escolha da maioria, uma vez que ela pode ser manipulada por uma série de fatores e se tornar tirânica. Isso que implica que mesmo entre pontos de vista divergentes em que um sobressai, deve haver diferenças de opinião entre aqueles que convergem para o mesmo ponto. Em suma, a pluralidade é essencial em todos os estágios da tomada de decisões públicas para o exercício pleno da democracia e a aproximação do modelo de Estado ideal.