Lobby
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Revista Brasileira de Ciências Sociais
Print version ISSN 0102-6909
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Rev. bras. Ci. Soc. vol. 12 n. 35 São Paulo Feb. 1997 doi: 10.1590/S0102-69091997000300009
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O LOBBY E O INTERESSE PÚBLICO*
Luigi Graziano
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We shall not cease from exploration And the end of all our exploring Will be to arrive where we started And know the place for the first time1 (T. Eliot, Four quartets, 1943)
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Gostaria de começar pela observação de um paradoxo recente: se a preocupação tradicional dos estudiosos de orientação liberal, especialmente os teóricos do pluralismo, tem-se voltado para a questão da autonomia da sociedade civil, mais recentemente as atenções têm convergido para o problema do interesse público — seu ofuscamento e sua erosão em meio a demandas competitivas. Grande número de estudos têm comprovado essa mudança: a redefinição do conceito de interesse público, feita por Schattscheneider (1960), como causas que qualquer pessoa poderia subscrever, em oposição à natureza exclusiva de interesses especiais, e sua concepção da liberdade política como a possibilidade de escolher entre o público e o privado, o governo ou "os negócios"; a preocupação de Mancur Olson (1965) com os grupos excessivamente grandes e dispersos para se sujeitarem à organização política; a concepção de Samuel Beer (1982) de uma crise da autoridade pública sob o duplo impacto da tecnocracia e das demandas de participação direta — todos apontam nessa direção. Poderia acrescentar-se a essa lista Habermas e sua noção de um público crítico em extinção sob o assalto dos interesses setoriais e da propaganda política; isto é, o desaparecimento de uma visão bem-informada das questões públicas,