Tiro álvaro
Filho de imigrantes italianos, seus pais saíram direto de Veneza e foram para Valinhos. Nascido em 1910, o compositor veio a morar definitivamente em São Paulo em 1932, época que coincidiu com a Revolução contra Getúlio.
Apesar dos conflitos contra o atual presidente, o Brasil vivia a época áurea do Rádio, contribuindo assim para que Adoniran firmasse sua carreira popular entre as massas. Foi somente a partir de 1955, que o país começa a se abrir para o seu processo de industrialização.
Com o presidente Juscelino Kubitschek (1955-1960) e seu "Plano de Metas", começa a surgir no Brasil um forte desenvolvimento de norte a sul. Surgia a velocidade, com o automóvel, e o visual, com a televisão. Mesmo seguindo firme no rádio, a TV começa a ocupar cada vez mais o seu espaço.
Os sambistas antigos já demonstravam essa veia humorística ao contar as dificuldades de se viver nos morros ou descrevendo seus personagens peculiares, com um toque de malandragem. Foi nessa época em que o autor compôs as primeiras linhas de "Progresso". Em seguida, começa a surgir a onda do iê-iê-iê, com novas vozes e novos sonhos. Em resposta, o músico compõe o samba "Rua dos Gusmões".
Adoniran acompanhou de perto o crescimento da cidade de São Paulo, entre uma composição e outra, se dividia entre o inevitável progresso e a nostalgia dos velhos tempos.
Após a década de 60, o compositor afirmou que não conhecia mais a cidade onde morou. "O Brás, cadê o Brás? E o Bexiga, cadê? Mandaram-me procurar a Sé. Não achei. Só vejo carros e cimento armado."
Em 1973, cinco canções do consagrado compositor e cantor Adoniram Barbosa foram vetadas pela censura, inclusive as que já haviam sido gravadas na década de 50. Os pareceres são assinados pela censora Eugênia Costa Rodrigues.
Um exemplo eloquente foi a censura da letra de “ Tiro ao Álvaro. Adoniran Barbosa usava em suas canções o jeito coloquial de falar dos paulistanos. Não querendo problemas com a censura, em 1973 o artista