Quando pensamos em enredo, pensamos também nas personagens, e quando pensamos nestas imaginamos como elas vivem, seus problemas e seu destino (enredo). O enredo existe através das personagens, e as personagens vivem no enredo, portanto estão sempre ligados para deixar claro o intuito do romance. A personagem vive o enredo e as ideias, e os torna vivos. Ao analisarmos um romance, comentemos o erro de pensar que o essencial é a personagem, pois ela não pode existir separada das outras realidades, que lhe dão vida. Pode-se dizer, no entanto, que é o elemento mais atuante e mais comunicativo da arte novelística moderna, mas que só adquire pleno significado no contexto, e que no fim das contas é a construção estrutural o maior responsável pela força e eficácia do romance. A personagem é um ser fictício embora exista contradição nessa frase, onde o romance se baseia na relação “ser vivo” e “ser fictício”. No romance o escritor estabelece a lógica da personagem, onde nós leitores podemos variar nossa interpretação de acordo com o tempo e suas condutas, no entanto o escritor já criou desde o começo uma linha de coerência fixada, delimitando a natureza dela e seu próprio modo de ser. A compreensão que nós temos do romance pode nos fazer dizer que a personagem é mais lógica, embora não mais simples que o próprio ser humano. Durante o século XVIII o romance sofre uma passagem do enredo complicado com personagens simples, para o enredo simples com personagens complicadas. Desta evolução podemos observar e analisar os seguintes tipos de personagens: * Personagens de costume: São personagens muito divertidas e podem ser mais facilmente compreendidas por um observador superficial. São apresentadas por meio de traços distintos, fortemente escolhidos e marcados por tudo aquilo que o distingue, possuem a caracterização de personagens cômicos, pitorescos, sentimentais e até mesmo trágicos. * Personagens de natureza: São apresentadas pelo modo intimo de