Rádios comunitárias e representação local. a licença para a produção interativa e suas conseqüências para o desenvolvimento local
Jovana de Fátima SOMENSI[2]
Daniela OTA[3]
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS
Resumo
O estudo aborda a questão das rádios comunitárias procurando entender sua origem regional e características atuais. Tenta evidenciar os aspectos legais e o posicionamento de setores da sociedade sobre as mesmas. Mostra o que caracteriza uma emissora como propriamente comunitária, diante da diversidade de experiências existentes. Esta pesquisa tem por finalidade descobrir quais são os objetivos das rádios comunitárias locais, e quais as ações tomadas para a efetivação desses objetivos. Além disso, o trabalho se propõe a uma pesquisa direta sobre os conteúdos das rádios comunitárias de Campo Grande, quais os resultados obtidos por elas até hoje, e quais opiniões e participação que a comunidade tem sobre a grade de programação.
Palavras-chave: Rádios comunitárias; ação comunitária; desenvolvimento local; conteúdos jornalísticos.
A democratização histórica do rádio
As mídias e formas de comunicação alternativa[4] são um dos principais meios de mobilização social. É de conhecimento geral que grandes ações em prol de objetivos comunitários têm a cerne nos meios de comunicação mais rudimentares: sejam no folheto distribuído nas praças, nas convocações orais, ou, em um âmbito mais abrangente, as rádios, em especial as de alcance definido e de boa qualidade, tanto de grade de programação quanto de participação comunitária.
Antes de iniciar a retrospectiva histórica sobre as rádios comunitárias, cabe uma observação no que concerne o conceito de mídias direcionadas para as comunidades, ou em protesto às estruturas vigentes, são elas: as rádios piratas, livres e comunitárias. Para esse trabalho, as rádios conhecidas como “piratas” são consideradas ilegais, e têm sua origem inspirada na rebeldia dos jovens