Til resumo
O romance é narrado em terceira pessoa e o narrador é onisciente neutro, ou seja, ele conhece todos os pensamentos e planos
das personagens e os revela ao leitor, mas não há intromissões autorais diretas (o autor falando com uma voz impessoal, na
terceira pessoa, dentro do próprio romance). A característica principal da onisciência é que o narrador sempre descreverá a
narrativa, mesmo em uma cena, da forma como ele a vê, e não como suas personagens a veem.
-Tempo
O tempo é predominantemente psicológico, ou seja, o romance não segue uma narrativa linear e o narrador manipula o tempo
conforme as circunstâncias. Assim, o narrador pode ir ao passado e ao futuro sem obedecer às ordens do tempo cronológico.
-Romance Regionalista
Til é um retrato do Brasil rural do século XIX.
Esta nova fase na obra de José de Alencar nasce da busca de uma nova identidade nacional. Após a independência política do
Brasil, os escritores românticos param de buscar na figura idealizada do índio o modelo de brasilidade. Agora, o “ser
brasileiro” não se encontra mais na floresta, entre rios e animais selvagens, mas sim nas cantigas do povo, nas fazendas e
até mesmo na corte.
Em seus romances regionalistas, José de Alencar tenta caracterizar melhor os grupos sociais do Brasil do século XIX
detalhando melhor alguns aspectos culturais. Dessa forma, vemos em Til os costumes, festas e comemorações dos negros, que
dançavam animadamente nas senzalas, e do povo rural. Essa vivacidade da vida no campo contrasta diretamente com o abandono
e marginalização que sofrem esse povo.
Apesar de Alencar defender uma ideia de que o campo é que é uma área propícia para se desenvolver uma cultura
autenticamente brasileira, ele sabe que o futuro se dará nas cidades. Tanto que, ao final de Til, todas as personagens vão
embora para a cidade e Berta, que em sua bondade resolve ficar para amparar os marginalizados (Jão, Brás e Zana), resta