Uma visão etnomatemática da medida frasco

UMA VISÃO ETNOMATEMÁTICA DA MEDIDA FRASCO, CULTURA E ENSINO DE MATEMÁTICA
Raniel Carneiro Alfaia1 Lucélida de Fátima Maia da Costa2 RESUMO
A presente pesquisa demonstra ferramentas matemáticas utilizadas para medir nas feiras do município de Parintins sobre uma visão etnomatemática, especifica seu manejo no cotidiano de produtores e atravessadores, descreve e identifica padrões matemáticos existentes nas mesmas, e algumas peculiaridades da cultura do povo Amazônida. O estudo das unidades de medidas em particular a medida frasco, que consideramos uma unidade de medida tradicional usada pelos grupos de feirantes local, buscou compreender a construção do saber-fazer desses grupos, que ainda hoje em pleno século XXI fazem uso dessas diferentes formas de medidas, possibilitou resgatar esses saberes e práticas presentes hoje em nossa sociedade que, entretanto, não são reconhecidos e valorizados fora do âmbito de atuação, para fazer valer a importância dessas práticas sociais para o ensino de matemática, optou-se por uma abordagem etnográfica, visando contribuir com a possibilidade de articulação desses saberes no currículo escolar. Palavras chave: Frasco; Feiras; Parintins; Etnomatemática.

Introdução Na cidade de Parintins localizada a margem direita do rio Amazonas existe uma diversidade de grupos culturais que expressam, através das relações que estabelecem na sociedade, os conhecimentos adquiridos ao longo dos tempos, e transmitidos de geração em geração. Esses conhecimentos além das crenças e costumes estão implícitos nas relações do comércio local como no caso das feiras existentes na cidade. Dentre os conhecimentos culturais existentes estão às unidades de medida e as formas pelas quais muitas delas são usadas nas relações de compra e venda nas feiras locais. Essas relações refletem hábitos e costumes desde a época da criação do município. O município de Parintins originou-se durante as viagens exploratórias da Coroa Portuguesa em 1796, a Ilha Tupinambarana, hoje