Think Small
Insensíveis ao arrojado design, criado pelo austríaco Ferdinand Porche, inspirado numa gota d’água, os americanos achavam o Fusca feio e pouco prático. Foi quando o anúncio criado para o pequeno besouro mudou o jeito de se fazer propaganda no mundo.
Analisando grandes campanhas que ajudaram a escrever a história do marketing e publicidade, percebemos que para causar impacto, mudar paradigmas é preciso apenas pensar diferente, valorizar os pontos positivos. Think Small (pense pequeno) ia contra o pensamento corrente nos Estados Unidos do “pense grande”, acostumados até então com modelos grandes e suntuosos.
A campanha, dirigida por Bill Bernbach, arrancou em 1960 com um conjunto de anúncios em fotografias a preto-e-branco em que se focava um aspecto do carro. Cada anúncio era simples, renegando qualquer tipo de ornamento ou exagero. Era o oposto da publicidade feita até aí. Era a negação da publicidade enquanto aspiração, o contrário do sonho americano, como escreverá Dave Saunders (20th Century Advertising).
Os anúncios eram estranhamente honestos, alguns diziam que era a cara da mudança da propaganda, enquanto outros acreditavam ser estranho. Alguns achavam que ele tinha perfeita 'campaignability' e os outros acreditavam ser uma revolução inesperada. O que ninguém pode negar é que nenhum carro jamais foi tão admirado e nenhum anúncio foi tão comentado. Foi a inovação na criatividade que prega a fórmula de bater duro para criar consciência seletiva.
A campanha de Bernbach ensina a todos que fazer publicidade é muito mais que tentar vender um produto, é transmitir uma ideia, uma filosofia, uma visão diferente. “Think Small” causou uma revolução na forma de fazer publicidade e continua nos ensinando. Para ser criativo, original, completo e atender diretamente as expectativas dos clientes uma agência de propagandas poderá continuar usando essa campanha, mas talvez com um nome um pouco mais curto: “Think”!