The village
O enredo do filme faz alusão, dentre muitos outros aspectos, à anomia social, à consciência colectiva, aos factos sociais, ao medo como factor de coacção, à liderança, à solidariedade mecânica, à importância do laços sociais e familiares, bem como, à coesão social. “The Village” espelha, portanto, uma série de elementos simbólicos providos de fundamentação interpretativa de estirpe sociológica. No entanto, ao longo da presente reflexão, não sendo passível dar-se destaque a todos os conceitos acima elencados serão tratados, abreviadamente, aqueles tidos como pertinentes para traçar uma análise acerca da coesão social – conforme esta é apresentada no filme - que se julga ser a noção fundamental a retirar desta pelicula cinematográfica.
Uma sociedade sem regras sem valores, sem limites leva o ser humano ao desespero, este estado de anomia social, retratada pelos “anciãos” através dos eventos traumáticos e violentos outrora vivenciados leva-os a criar, em plena sociedade urbano-industrial, buscando fugir da sociabilidade degradada, um mudo só seu, onde impera o bem, a inocência e a justiça. O filme mostra precisamente a separação do modo de vida contemporâneo citadino que só pode ser realizado com a afastamento da comunidade da vida urbana através de um modo de vida alheado ao seu contexto espácio-histórico, completamente isolada da civilização circundante e assente numa aparente e fantasiosa perfeição que premeia valores e costumes esquecidos no tempo. Esta separação de modos de vida é implementada ou coagida através do medo do desconhecido e da crença. Este mecanismo de manutenção de um