Thais de Paiva Moura
GESTÃO CULTURAL: CONSTRUINDO UMA IDENTIDADE PROFISSIONAL
Maria Helena Cunha1
Resumo: O artigo abordará questões relativas ao processo de constituição da profissão em gestão cultural, desde a década de 1980, período de institucionalização do setor público de cultura e da complexificação do mercado de trabalho. Têm como parâmetro de análise o processo de reconhecimento social desse campo de trabalho, público e privado, bem como a busca do delineamento do perfil profissional, aliado ao processo formativo, do reconhecimento dos pares e da definição de saberes e habilidades.
Palavras-chave: Gestão Cultural, Cultura, Campo, formação e identidade profissional.
Introdução
A discussão proposta por este artigo está baseada em questões suscitadas durante a pesquisa de mestrado Gestão Cultural: profissão em formação2 que teve como objetivo analisar a constituição do campo da gestão cultural em Belo Horizonte desde a década de 1980. Para tanto, foram levantados relatos orais de vida profissional de gestores culturais que atuam profissionalmente nas áreas pública, privada e/ou no terceiro setor, sendo selecionados a partir de uma demarcação temporal – décadas de
1980 e 1990 e início do século XXI.
O conjunto das reflexões dos gestores culturais pesquisados, no que diz respeito à escolha como caminho profissional e à profissionalização do setor, nos faz compreender que, ao se reconhecerem como grupo profissional, proporcionaram o período inicial da constituição desse campo. Suas ações deixaram de ser apenas atos isolados e passaram a fazer parte de uma noção de pertencimento de grupo, no qual se reconhecem como pares, portanto, contribuindo para a consolidação do campo profissional da gestão cultural, sendo o próximo passo a busca do reconhecimento social
desta